“Venom: Tempo de Carnificina”(2021) nos mostra como a relação entre Eddie Brock (Tom Hardy – Peaky Blinders) e o simbionte Venom (Tom Hardy) evoluiu a ponto dos dois encontrarem algum equilíbrio para conviver sem causar muitos danos à sociedade. O jornalista tenta se restabelecer na profissão, apurando uma reportagem sobre o assassino em série Cletus Kasady (Woody Harrelson _ Zumbilândia). Porém, após uma entrevista com Kasady, Brock desperta um novo e mortal simbionte: o Carnificina (Woody Harrelson).
Estava particularmente ansiosa para esse filme, porque sou muito fã do Homem-Aranha e do Venom. Foram três anos esperando pela sequência, que prometia ter mais sangue e ser mais sombria. No entanto, não conseguiu cumprir com as idealizações do trailer, entregando uma trama leve e divertida, focada no vínculo entre Eddie e Venom.

Não teria problema se essa fosse a premissa desde o início. Se tivessem apostado em outro vilão para o longa-metragem ou se o título fosse apenas “Venom 2”. Mas, o nome da produção já nos indica um “Tempo de Carnificina”, então, enquanto espectadores, esperamos que isso aconteça.
A narrativa, então, se torna superficial, como um filme da “Sessão da Tarde” da Globo. Não vale a pena gastar dinheiro em ingresso de cinema para assistir algo que poderíamos apreciar no conforto de casa, levando em consideração que estamos numa pandemia.
A sequência de “Venom” (2018) não soube aproveitar a complexidade do Carnificina, um dos piores vilões do universo do Homem-Aranha. A produção também desperdiça a personagem Shriek (Naomi Harris- Moonlight), outra importante antagonista do Amigão da Vizinhança, ao reduzir ela a ser somente o interesse amoroso de Cletus.
Além disso, as cenas de ação deixam a desejar, quando comparadas ao primeiro filme. Quando falamos no Carnificina, esperamos mais crueldade, membros sendo arrancados, sangue a torto e a direita, como acontece em “Deadpool” (2016). Porém, a produção prefere seguir uma linha mais leve, o que também contribui para que a trama não corresponda ao título do filme.

Talvez, a culpa esteja no roteiro de Tom Hardy e Kelly Marcel (Cruella), que se desvia do que deveria ser o foco, ao trabalhar demais na amizade de Venom e Brock. Apesar de simples e coeso, aposta no clichê para nos manter presos na trama.
Contudo, “Venom: Tempo de Carnificina” não é totalmente ruim, pois traz – finalmente – uma conexão com o Universo Cinematográfico da Marvel (MCU). Não irei detalhar sobre como o filme faz isso, porque o lançamento ainda está recente para dar spoiler.