Para além do hype, a produção consolida o Homem-Aranha do Multiverso Cinematográfico da Marvel
Após ter a identidade revelada pelo vilão Mystério (Jake Gyllenhaal) ao mundo inteiro, Peter Parker (Tom Holland), o Homem-Aranha, pede ajuda ao doutor Estranho (Benedict Cumberbatch) para proteger a família e seus amigos. Contudo, algo dá errado e vilões de outras versões do herói vem para o universo do adolescente.
Antes de começar o texto opinativo em si, preciso confessar que estava muito ansiosa para este filme. Porque eram muitos rumores sem confirmação, enfim, a espera valeu quando cheguei à sala do cinema.
O aviso de Tom Holland sobre a trama ser mais sombria que os outros dois longas-metragens da trilogia, que beiram a infantilidade, se cumpre através de uma narrativa que desperta no espectador várias emoções. Por meio de um roteiro dinâmico que passeia pela comédia, flerta com o romance e não esquece o drama, essencial para a qualidade da produção.

O resultado é uma história imersiva que não queremos que nunca acabe, de tão boa de acompanhar. Nem sentimos as duas horas e 28 minutos de duração passar.
O enredo principal se desdobra na clássica jornada do herói, que finalmente traz o protagonismo para o Amigão da Vizinhança. Vemos o desabrochar do personagem longe da figura paterna, um tanto problemática, do Homem de Ferro (Robert Downey Jr). Pela primeira vez, o rapaz viverá traumas difíceis de superar que exigirão seu amadurecimento.
A dor e o peso das responsabilidades são transmitidos com uma boa cinematografia, ao passo que é quase impossível não chorar junto com Peter. A paleta de cores focada nos tons quentes é como um abraço nos fãs, trazendo a sensação – ao lado dos diversos fans services da trama – de aquele foi um filme pensado especialmente para nós.

É importante lembrar que nenhum protagonista se desenvolve sozinho, Ned (Jacob Batalon) e MJ (Zendaya) são essenciais na trajetória de Parker. A química entre o trio de ouro mais uma vez contribuiu para a boa condução da história. Sem deixar que a relação deles ficasse estranha por causa do namoro do Aracnídeo com a Michelle, que, aliás, serviu cenas de conforto no longa.
Não posso deixar de comentar sobre os vilões. Já esperávamos que o Dr.Octopus e o Duende Verde seriam incríveis, mas, a caracterização da dupla foi o que me ganhou. A armadura verde tosca dos anos 2000 foi abandonada e deu lugar ao visual clássico dos quadrinhos, sem a pele verde porque não precisava. Electro e Lagarto também foram melhorados, tivemos um vislumbre do que poderia ter acontecido caso esses dois tivessem sido construídos com maior qualidade.

E claro, houve cenas de lutas muito bem coreografadas com o vingador, principalmente quando ele enfrentou o Duende Verde. Confesso que meio que esperava que o Peter levasse uma grande surra, para mim, esse era um dos elementos que faltava para conectá-lo com o herói que aprendi a amar com as HQs.
A obra cumpre com todo o hype construído pelas teorias que um dia sequer sonhávamos que poderiam se tornar realidade. Não à toa o cinema parecia um estádio de futebol em dia de clássico.
Tom Holland, Zendaya, Jacob Batalon e Marisa Tomei (a tia May) entregaram o melhor de si em cada um dos personagens, tornando a história mais real e empática. O terceiro filme do “Homem-Aranha” do MCM consolida o herói e marca a nova era cheia de possibilidades no multiverso.
Para além do fã service
Atenção, a partir daqui temos spoilers de “Homem-Aranha: Sem volta para casa”. Se você não gosta, pare por aqui, mas não deixe de compartilhar esta resenha crítica para que ela chegue em mais pessoas.
O Homem-Aranha de Andrew Garfield, da duologia “O espetacular Homem-Aranha” (Marc Webb, 2012-2014) sofreu muito hate dos “fãs” do Teioso. Mas, teve sua redenção em “Homem-Aranha: Sem volta para casa” ao aparecer e salvar o dia. Além de conquistar a todos com seu carisma.
Houve o concerto não só de um personagem que tinha bastante potencial, que não foi aproveitado, como dos vilões da franquia dele. Ressignificando algo que poderia ter sido, contudo, se perdeu em um roteiro ruim e uma péssima campanha de marketing.
O meme vira realidade

Um dos pontos mais incríveis do terceiro filme do Homem-Aranha do MCM foi poder ver nas telonas os três amigões da Vizinhança interagindo e trocando figurinha. A relação fluiu de forma natural e dinâmica, trazendo até a versão do famoso meme dos Aranhas para o live-action.
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