“Viúva-Negra” (2021) traz o passado desconhecido de Natasha Romanoff (Scarlett Johansson), agente secreta e membro dos Vingadores. A trama acontece após “Guerra Civil” (2016), quando a espiã se torna uma das principais procuradas do governo dos Estados Unidos por ter ajudado o Capitão América (Chris Evans) durante o conflito entre os heróis.
A sensação de ver um filme solo da primeira e única mulher a fazer parte de uma equipe majoritariamente composta por homens brancos na sua fundação, é semelhante a de uma mãe que vê o filho nascer. Foram anos de muita espera, nove anos para ser exata, por esse momento e ele finalmente chegou.

Bem, a paciência foi recompensada. O longa-metragem nos entrega uma narrativa sobre protagonismo feminino construída com qualidade, sem cair nas conversas vazias de viés comercial sobre o empoderamento da mulher.
Com uma trama sensível que sabe trazer o humor nas doses certas, embarcamos em uma jornada diferente das que vimos nas telonas com a espiã e os Vingadores. Uma aventura cheia de interesses político-econômicos que prezam em manter uma estrutura dominada por homens brancos e governos autoritários.
A produção é o espetáculo da Viúva-Negra e faz questão de enfatizar isso do começo ao fim, com uma história dinâmica cheia de ação. As cenas são de encher os olhos, afinal, sempre é muito gratificante ver uma mulher dando um soco em um machista. A trilha sonora é fundamental para dar mais emoção ao filme.

Somos envolvidos em cada aspecto da origem da heroína e nas razões que a mantém motivada em campo. “Viúva Negra” pode ter chegado tarde ao MCU, mas nos deixa com gostinho de quero mais.
Além disso, o longa-metragem traz personagens que ajudam a dar vida à narrativa. Como a cativante Yelena (Florence Pugh), cuja relação com a vingadora é essencial para entendermos mais sobre a natureza de Natasha; o Guardião Vermelho (David Harbour) e Melina (Rachel Weisz), que completam o time dando um ar leve e divertido à narrativa.
Outro destaque da trama é o elenco mirim. Escaladas para interpretar Natasha e Yelena quando ainda eram crianças, Ever Anderson e Violet McGraw, respectivamente, dão um show de atuação, fazendo uma bela estreia em Hollywood.

A pergunta que fica na minha cabeça após assistir “Viúva Negra” é: Custava ter feito isso quando a personagem ainda estava viva no MCU e tinha mais possibilidades para serem exploradas? Infelizmente, sabemos que a responsabilidade desse erro está nas mãos da misoginia enraizada na indústria do cinema e dos quadrinhos.
Pelo menos o legado de Natasha estará presente em Yelena e nas outras mulheres do universo Marvel que virão depois dela. Estamos ansioses para saber o que a caçula irá aprontar.
O longa está em cartaz nos cinemas, porém, você pode assistir do conforto da sua casa com o Premier Access do Disney + (ou em um drive piratinha).