Em 29 de janeiro é celebrado o Dia Nacional da Visibilidade Trans. A data faz parte do Janeiro Lilás, ação que busca a sensibilização da sociedade por mais conhecimento e reconhecimento das identidades de gênero, com o intuito de combater os estigmas e a violência sofrida pela população transexual e travesti.
As produções da Cultura Pop, como filmes, séries e histórias em quadrinhos podem ser usadas como ferramentas para auxiliar no combate ao preconceito sofrido por pessoas trans. Apesar das HQs terem ainda uma presença majoritária de homens cis heterossexuais como personagens, o cenário tem mudado nos últimos anos. Para mostrar isso, trouxemos uma lista com nove dessas figuras para você conhecer e se inspirar. Confira:
Bia (DC Comics)

Apresentada na minissérie dos quadrinhos “Núbia e as amazonas”, lançada em outubro de 2021, Bia é a primeira amazona transgênero de Themyscira. Ela chega ao lar da Mulher-Maravilha junto com outras quatro personagens através de um portal que só pode ser encontrado por mulheres que foram mortas em decorrência da violência do “mundo dos homens”. O grupo dela tem a memória da vida passada apagada e devem escolher um novo nome.
O quadro em que Bia se apresenta é forte e emocionante. A guerreira afirma que sua nova identidade era algo muito desejado por ela.
“Ainda não sei como explicar, mas, neste exato momento parece que a minha alma desejou isso muito antes de eu vir para cá. Eu sou a Bia!”
Bia, em Núbia e a Amazonas
Sera (Marvel)

Sera é natural de Parayzo, o décimo reino de Asgard, onde nascem Anchorites, uma raça de anjos sem asas. Somente um anjo do gênero masculino cis nasce a cada 100 mulheres nesse lugar, que seria o caso de Sera, no entanto, ela não se identifica com o gênero que lhe foi atribuído.
Ela aparece nas HQs de Angela, a irmã de Thor. A asgardiana salva Sera e as duas vão embora juntas. Angela também a ajuda a mudar de aparência e a heroína passa pela transição.
Dreamer (DC Comics)

Personagem da série Supergirl baseada em Nura Nal, a Garota Sonhadora dos quadrinhos da DC, ela não é trans nas HQs, mas quem se importa com isso? Nia Nal descende da raça alienígena Naltoriana que lhe confere o dom de ver o futuro através de sonhos. A super-heroína inicia na produção apenas como uma repórter da CatCo, porém, ao descobrir seus poderes começa a atuar ao lado da Supergirl.
Xavin (Marvel)

Xavin é um skrull, ou seja, tem a habilidade de mudar de forma, incluindo o gênero. Caracterizando-o como gênero fluído, assim como Loki. Elu faz parte do grupo Fugitivos e vem à Terra para se casar com outra membro da equipe Karolina Dean, para cumprir um acordo de paz. Contudo, Karolina é lésbica, então pede a Xavin que assuma a forma de mulher. Xavin possui as habilidades de ficar invisível, a manipulação do fogo, projeção de campos de força e voar.
Loki (Marvel)

A fluidez de gênero de Loki é retratada tanto na mitologia nórdica quanto nos quadrinhos da Marvel. Depois de mais um Ragnarok impedido por Thor, as almas dos asgardianos vem para a Terra, então Loki assume o corpo de Lady Sif e passa um tempo transitando como Lady Loki. No arco Pecado Original, Odin se refere a elu como “minha criança que é os dois”. Seria interessante se o Multiverso Cinematográfico da Marvel explorasse esse lado dele, além de sua bissexualidade já confirmada na série do Disney Plus.
Coagula (DC Comics)

Uma das primeiras personagens trans dos quadrinhos também, ela fez sua primeira aparição em setembro de 1993, na HQ “The Laughing Game”, da Patrulha do Destino. O seu nome verdadeiro é Kate Godwin e ela adquire os poderes ao ter relações sexuais com Rebis, o Homem-Negativo. Ela pode solidificar substâncias líquidas ou derreter objetos sólidos.
Koi Boi (Marvel)

Parceiro da Garota Esquilo, elu apareceu pela primeira vez em Unbeatable Squirrel Girl #9. Apesar de não ter sido confirmado nas HQs que elu é trans, a própria criadora Erica Henderson confirmou a identidade de gênero delu. Koi Boi possui habilidades marinhas como respirar debaixo d’água, se comunicar com os animais aquáticos e super agilidade. Ele estuda computação na Universidade Empire State.
Lord Fanny (DC Comics – Selo Vertigo)

A representante brasileira da lista e uma das primeiras heroínas trans junto com Coagula. A identidade secreta dela é Hild, que herdou os poderes da avó que era uma bruxa. Já foi prostituta, quase cometendo suicídio após uma noite de trabalho. Mas, entrou para o grupo dos Invisíveis, equipe que atua para libertar a humanidade da opressão de demônios. A primeira aparição dela foi em 1994.
Wanda (DC Comics – Selo Vertigo)

Personagem de Sandman, era uma das melhores amigas da protagonista Barbie. Wanda sofria muita transfobia dos outros seres da série, porém, ela estava sempre fazendo comentários sábios sobre sua identidade. Infelizmente, Wanda morre em um episódio bem transfóbico.
Bibliografia: